Trajetória de jovem advogada inspira sociedade inclusiva | Jornal O Amarelinho (Jul/16)
- Nathalia Blagevitch
- 8 de jul. de 2016
- 2 min de leitura
Nathalia luta diariamente contra as dificuldades impostas pela sociedade

A reduzida mobilidade no lado direito do corpo, resultado de uma paralisia cerebral ao nascer, não significou o fim dos sonhos ou a limitação de expectativas para a advogada Nathalia Blagevitch.
A jovem de 25 anos é professora tutora de Direito do Trabalho nos cursos preparatórios para a segunda fase do Exame de Ordem do Damásio Educacional, grupo onde já atuou como monitora de graduação na área trabalhista. Hoje, se prepara para o concurso de Magistratura do Trabalho.
Apesar da pouca idade, as proezas do seu currículo não param por aí. Premiada pela OAB-SP com bolsa de extensão universitária na Califórnia (EUA), Nathalia fez um curso sobre o sistema jurídico norte-americano, realizado na Thomas Jefferson School of Law. No mesmo ano, ela deu início ao seu primeiro grande projeto para um Brasil mais inclusivo e, por conta própria, gravou o documentário “Acessibilidade nos Aeroportos da Copa”, lançado pouco antes do início do mundial (https://www.youtube.com/watch?v=Chy3i02V508). Além disto, foi a primeira estagiária com paralisia cerebral da Câmara Municipal de São Paulo.
Apesar das inúmeras conquistas, a jovem advogada enfrentou as dificuldades inerentes às pessoas com deficiência, desde o preconceito velado de frases como “não estamos preparados para aceitar você”, passando por provocações e curiosidades inconvenientes, bullying, chacotas e discriminações. “Nunca deixei os desafios impostos pela deficiência limitarem meus voos.”
Com o apoio da família, Nathalia teve diversas oportunidades de tratamento e tornou-se um exemplo de como tudo deveria ser e não de como é. Sua trajetória é contada na biografia “Tente Outra Vez” pelo jornalista Rogério Godinho e leva à reflexão sobre as diversas barreiras ligadas aos temas inclusão e acessibilidade, a partir de fatos reais, provavelmente desconhecidos pela maioria. “Suas vitórias demonstram que há milhões de pessoas no País à margem da vida, simplesmente porque não tiveram a oportunidade de expor e aproveitar os respectivos potenciais”, afirma Godinho.
Atenta e exigente com relação aos direitos da pessoa com deficiência, Nathalia luta diariamente contra as dificuldades impostas pela sociedade, sem apelar para “coitadismos”.

O primeiro passo foi a defesa da sua monografia “A Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho”, durante o curso de Direito. A busca pela acessibilidade e inclusão continua com a idealização do site Caminho Acessível (www.caminhoacessivel.com.br), pensado para difundir e trocar informações sobre temas relacionados aos deficientes de maneira leve. Almejando voos maiores, ela completa: “Ainda vou fazer mestrado e pesquisar a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Acho importante mostrar que a deficiência não me torna incapaz de alcançar meus sonhos.”
Fonte: Jornal O Amarelinho – edição 17 a 23/4/2016
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