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CONVIDADO EM TERAPIA: beleza e alegria por uma vida plena | Veja SP (Fev/15)

Como anda o seu relacionamento com o espelho?


CONVIDADO EM TERAPIA: beleza e alegria por uma vida plena

A beleza e a alegria são dois componentes importantes para o ser humano. Aprender a lidar com eles, conhecendo as próprias limitações, pode ser o diferencial para uma vida plena de realização. Tive o prazer de conhecer por acaso, na academia onde treino (e ela também), uma garota que tira de letra a relação que tem com sua beleza e com sua alegria. Seu depoimento simples é motivador e nos serve de exemplo para refletirmos sobre como cada um de nós lida com a autoestima. Para quem se interessar em conhecer melhor a trajetória de Nathalia, acaba de ser lançada sua biografia, escrita por Rogerio Godinho: “Tente outra vez – O caminho de Nathalia Blagevitch em uma sociedade deficiente” (Editora de Cultura).


Como anda o seu relacionamento com o espelho? *por Nathalia Blagevitch

Todo mundo tem aqueles dias em que já sai da cama em total guerra com espelho, não é? Eu, claro, não sou diferente. Então, como uma espécie de prevenção, logo que desperto, procuro olhar para o espelho em busca do meu melhor sorriso. A ideia é simples e eficaz: contribuir, ao máximo, para contagiar o mundo com, no mínimo, alguma alegria.


Chegar até aqui, porém, não foi nada fácil. Fiz muita terapia e, por diversas manhãs, acordei com o travesseiro todo encharcado de lágrimas. Apenas depois de um doloroso processo de aceitação, passei a me notar melhor e, de uma vez por todas, decidi fazer as pazes com meu reflexo.


Hoje, quando olho no espelho, vejo uma mulher bonita, com cabelos lisos e olhos claros, magra e loira. Tenho 24 anos, mas aparento ter menos idade. Ah, quase ia me esquecendo de outra característica visível: tenho uma deficiência física, causada por uma paralisia cerebral (hemiplegia), que faz com que o lado direito do meu corpo não funcione muito bem, especialmente o braço.


Pois é, por inúmeras vezes, me questionei sobre como eu poderia me sentir sensual, com uma das mãos sempre fechada, parada junto ao corpo. Mas isso é questão já resolvida. Tempos atrás, inclusive, dei um up na autoestima e, com a ajuda de uma cirurgia plástica, coloquei próteses para ampliar a “comissão de frente”.


O fato é que aprendi a ressaltar minhas qualidades e a adaptar certas vaidades. Já que é mais complicado fazer uma boa maquiagem com mobilidade em apenas uma das mãos, por exemplo, costumo investir em outros detalhes do visual.


Como a mobilidade reduzida me impede de usar saltos, aprendi a me sentir irresistível com lindas sapatilhas baixas. Para carregar a bolsa de um jeito bem feminino, com charme e elegância, outro pequeno bom truque é usar o meu braço direito – aquele que fica junto ao corpo. Além disso, manter as unhas sempre feitas e bem pintadas, é regra!


Enfim, os encantos e a beleza de cada um estão bem aí. Encontrá-los para tirar o melhor proveito possível é o grande segredo para caprichar no visual e, consequentemente, manter a autoestima nas alturas. E você? Como anda o seu relacionamento com o espelho?

*Nathalia Blagevitch é diretora executiva do Caminho Acessível e advogada.


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